A clareira da Floresta Estelar estava envolta em uma quietude quase sobrenatural. O brilho suave das estrelas parecia intensificar ainda mais à medida que a pressão sobre Ryouma aumentava. Ele sabia que seu destino estava prestes a mudar, que os eventos a seguir poderiam definir toda a sua jornada e, possivelmente, o futuro deste mundo.
Com um suspiro profundo, Ryouma deu um passo à frente, sentindo o poder do Nexus Primordial reverberar nas profundezas de sua alma. Era como se ele estivesse prestes a atravessar um véu, entrando em um território desconhecido, onde os limites entre o que era real e o que era apenas fragmentos de lendas ancestrais começavam a se desfocar.
Ao levantar a mão direita, ele invocou a força de seus espíritos marciais, sentindo uma onda de poder percorrer seu corpo. O Dragão Espectral Celestial se manifestou diante dele, suas escamas brilhando como uma constelação distante, enquanto a sombra de seu outro espírito, a Entidade do Nexus, flutuava ao seu lado, mais imponente do que nunca.
"Este é o momento. O que virá agora, eu não posso prever", pensou Ryouma, observando a luz crescente das estrelas acima dele. Mas havia algo que o fazia hesitar, uma sensação visceral de que ele estava sendo observado, como se algum poder antigo estivesse vigiando seus passos.
De repente, o ambiente ao seu redor começou a distorcer, a realidade se tornando fluida, como se as próprias leis que governavam o mundo estivessem sendo desfeitas diante de seus olhos. O solo começou a tremer suavemente, e uma onda de energia primordial encheu a atmosfera, fazendo com que os elementos ao seu redor reagissem de maneira quase violenta.
A transformação era iminente.
Longe dali, em uma sala profunda e iluminada por velas, uma figura encapuzada observava uma esfera de cristal flutuante. A imagem dentro da esfera mostrava Ryouma, agora cercado por uma aura de poder incomum, prestes a enfrentar algo muito além de sua compreensão. A figura sorriu de forma enigmática, os olhos ocultos pela sombra do capô.
"Ele está prestes a liberar todo o seu potencial. Mas... até onde ele irá? Será que a pressão do Nexus o quebrará, ou ele sairá vitorioso como a chave que irá reescrever este mundo?" a figura murmurou, antes de desaparecer na penumbra da sala.
Ryouma, ainda no centro da clareira, sentia o Nexus Primordial pulsando dentro dele, como se estivesse tentando se conectar com algo muito maior. Uma força antiga, talvez até mais velha que o próprio mundo em que vivia, parecia querer se manifestar. As memórias de batalhas épicas e guerreiros lendários começaram a se infiltrar em sua mente, como se ele tivesse sido transportado para os próprios momentos decisivos da história.
No entanto, havia algo mais. Algo que não fazia parte da sua própria linhagem ou dos espíritos marciais que ele havia invocado. Era uma presença que vinha de longe, de tempos antigos, que se entrelaçava com as linhas do destino e do poder. Ele sentiu a presença de outro ser, um espírito que não deveria estar ali, um ser que parecia ter sido despertado pelas ações de Ryouma.
"Você... quem é você?", Ryouma perguntou em voz baixa, sentindo a energia ao seu redor se concentrar ainda mais. O peso da situação aumentava, e ele sabia que não poderia recuar. Não agora.
A resposta veio em um sussurro distante, mas profundamente clara.
— "Eu sou um fragmento perdido do Nexus, um guardião de segredos há muito esquecidos. Você, Shin Ryouma, é a chave para a verdadeira libertação... ou destruição."
A voz parecia emanar da própria terra, um eco do passado que se recusava a ser apagado. Ryouma fechou os olhos por um momento, absorvendo as palavras, a gravidade da situação pressionando seu peito. Ele sabia que não podia falhar, mas não tinha certeza de qual caminho seguir. O Nexus Primordial estava se tornando mais do que uma ferramenta para ganhar poder; estava se tornando uma força a ser contida, ou então, poderia consumi-lo por completo.
"Libertação... ou destruição", repetiu para si mesmo. "Eu preciso entender o que isso significa."
Enquanto Ryouma se perdia nos dilemas que agora dominavam sua mente, uma batalha silenciosa estava ocorrendo em outro plano. O Dragão Espectral Celestial, seu espírito marcial, estava lutando contra o próprio Nexus Primordial. O dragão não desejava ser submisso a uma força que ele considerava superior, uma força que poderia consumir tudo o que Ryouma havia conquistado até agora. No entanto, o dragão sabia que Ryouma precisava evoluir, e que isso envolvia abraçar uma mudança que nem mesmo ele poderia controlar.
Mas, no fundo, o dragão também temia o poder do Nexus.
"Você deve ser o seu próprio mestre, Shin Ryouma. O poder do Nexus Primordial não é algo para ser domado facilmente. É uma força que, se mal compreendida, irá destruí-lo. Ou talvez, você já tenha sido escolhido para um destino muito maior que o de um simples mortal." A voz do Dragão Espectral Celestial reverberou nas profundezas da alma de Ryouma.
A pressão estava atingindo seu pico. Ryouma sentiu que não poderia mais resistir. Ele estendeu a mão para o céu, onde as estrelas agora estavam em um alinhamento perfeito, formando um padrão que ele reconheceu das lendas antigas. Era um sinal. Ele sabia que este momento, este instante, seria o ponto de virada em sua jornada.
Com uma força renovada, ele concentrou toda a sua energia no Nexus Primordial. O monólito de pedra negra que havia surgido diante dele agora parecia brilhar com uma luz intensa, enquanto as memórias de guerreiros e conquistadores de outrora invadiam sua mente. Ele sentiu a ascensão de um poder desconhecido, algo que ele não poderia mais controlar, mas algo que também o impulsionava para frente.
Então, o mundo ao seu redor desabou.
A terra tremia violentamente, e uma onda de energia irracional se espalhou pela floresta, varrendo tudo em seu caminho. A clareira desapareceu, as árvores se desintegraram, e Ryouma foi arrastado para um vazio profundo, um espaço onde o tempo e a realidade não faziam mais sentido. Ele estava dentro de um portal, um caminho para um destino que ele ainda não entendia.
Mas sabia uma coisa com clareza: não havia volta agora. Ele estava além do ponto de não retorno.