(Contagem de palavras: 3699)
Acordar sentindo meu novo corpo foi... maravilhoso.
Marcus estava contente, contente além de todas as expectativas, séculos de tortura mental finalmente haviam acabado.
Sim, não foi bem a pior das torturas, afinal apesar de tudo ele ainda podia ver e sentir enquanto navegava pelos mundos fictícios na cabeça de dezenas de magos que tiveram mortes trágicas antes de ele conseguir devorar suas almas.
Mas era uma prisão, uma prisão de sua alma, ele não voltaria a passar por isso novamente, se antes o medo da morte vinha do esquecimento, agora seu medo da morte vinha de reencarnar novamente e passar por um novo ciclo de prisão nas mentes de outros bruxos.
Ele não sabia se voltaria a reencarnar como antes, mas agora que ele chegou a esse ponto, ele não estava disposto a descobrir.
Sua mente correu, esse mundo é ótimo pra ele, pelo menos o que ele viu até agora e o que seu antecessor leu, havia magia, criaturas magicas, caçadores e muito mais, oculta para a maioria, mas ainda conhecida por poucos.
Um bruxo nesse mundo é fraco se não tiver preparações, seres como vampiros, lobisomens, metamorfos, ghouls, demónios... todos eram muito mais poderosos que bruxos, mas isso apenas em questão de combate direto, um bruxo poderia acabar com um grupo de seres sobrenaturais sem nem sair de casa, desde que as condições fossem atendidas.
Segundo aos livros, os bruxos geralmente trabalhavam com seres sobrenaturais, em troca de proteção direta, as varias funções dos bruxos seriam um complemento muito necessário para a maioria dos grupos sobrenaturais, principalmente cura e encantamentos.
Pensando até aqui, Marcus pensou nos Cullens, um grupo de vampiros, ele deveria ir até eles para se afiliar?
Quanto a se tornar uma criatura magica como vampiros e lobisomens? Bem, não, nenhum bruxo que se prese faria isso, a magia é justa, se ele se tornar um vampiro por exemplo, sua magia não iria desaparecer, mas ela seria usada para nutrir sua nova forma.
Ele se tornaria um vampiro extremamente poderoso com toda a sua magia disponível, mas toda a versatilidade de um bruxo se perderia.
É verdade que nesse mundo, bruxos são fracos, mas ele viveu dezenas de vidas, ele aprendeu muito e havia mais de uma forma de se fortalecer em sua mente.
Os Cullens já haviam chegado a Forks esse ano, a escola não havia começado, então só os viu na cidade afinal é uma cidade de apenas mais de 3.000 habitantes, mas o Marcus anterior não sabia que eram vampiros, por sorte Marcus aprendeu a proteger sua mente a muito tempo, se não todos os seus segredos seriam conhecidos por um certo vampiro leitor de mentes, mas ainda não estava seguro, Alice podia ver o futuro e provavelmente o grupo já sabia algo sobre ele.
Mas em todo o caso, ele não estava muito preocupado, por sorte eles não eram vampiros de olhos vermelhos.
A ideia de afiliação ficou cada vez mais clara, afinal ele sabia que o grupo não o atacaria mesmo que não o quisessem, mas eles não eram a única opção, há também os metamorfos da reserva, em termos de segurança, eles são mais confiáveis, mas há também desvantagens.
Como a curta vida.
Na verdade os metamorfos quileutes podem viver tanto quanto os vampiros, o problema é que imprinting, esses metamorfos geralmente se apaixonam por humanos comuns, isso deixou Marcus muito claro de que esses metamorfos em questão foram amaldiçoados ou algo assim.
Primeiro eles só aparecem quando há inimigos próximos, segundo eles tem imprinting com humanos comuns e fazem querer dar tudo para essa pessoa, a ponto de querer morrer com elas, é bem claro de que isso não é natural, mas um limitador, agora quem colocou esses limitadores? É uma boa pergunta.
O caso de Jacob também lhe veio a mente, uma criação não natural como um filho de um humano e vampiro provavelmente não estava nos cálculos de quem colocou essa limitação.
Na verdade, o próprio fato de os vampiros machos serem férteis enquanto as fêmeas não já deixa claro que também há problemas com os vampiros.
Marcus começou a achar que os bruxos fizeram muitas coisas ruins por ai, talvez seu desaparecimento não tenha sido sem motivo.
Isso também o fez franzir o cenho e pensar que talvez esse mundo não fosse tão seguro quanto ele esperava para ele, ele ainda poderia se afiliar a um grupo? Ou será que houve uma caçada em massa para bruxos e se ele se expor vai apenas assinar sua sentença de morte?
Marcus suspirou enquanto levantava da cama sem pressa, esse corpo estava acostumado a acordar cedo, na verdade, muitas vezes ele virava a noite, assim seu horário de sono não era padrão e apenas quando estava muito próximo de ir para a escola que a governanta vinha o acordar, mas ele ainda dormia pouco para ter mais tempo para estudar.
Olhando para o relógio marcando seis e meia, ele suspirou e foi até o banheiro.
Ele tinha muito o que fazer e precisava começar logo.
--x--
-Marcus, aqui está, coma tudo! - A Mulher de meia idade lhe deu um leve tapinha na cabeça enquanto colocava um prato de ovos, bacon, fatias de pão tostado na manteiga e um copo de suco de laranja.
Marcus olhou para a comida e começou a comer com calma, na verdade ele sentia falta do café da manhã de sua terra natal, mas depois de passar por tantos mundos, ele havia comido todo o tipo de coisa, a ponto de café da manhã dos estados unidos ser bom o suficiente.
Claro, ele ainda tinha seus desgostos, mas eram muito poucos para se contar agora, ele aprendeu a apreciar todo o tipo de comida e seu maior limitador é sua própria mentalidade, quer dizer, ele não consegue comer cérebro, bolas ou falos... mesmo que já tenha comido varias vezes durante seu tempo de prisão mental.
Apesar disso, se não fosse o suco de laranja, ele acharia esse café da manhã muito gordo para o seu paladar.
Ele preferiria algum sanduíche frio em vez disso, com tomate confitado, cebola, alface, carne seca e azeite, uma xícara de café também cairia bem.
Ainda assim, ele comeu tudo bem rápido.
Vestindo seu familiar figurino, caças jeans e botas pretas, camisa branca com jaqueta de couro preto, óculos escuros redondos e cabelos curtos penteados para trás em um undercut levemente rebelde.
Pegando a carteira, mochila e chaves do carro, ele colocou a mochila por cima do ombro e se despediu de Mary e Carlos que estava aproveitando o dia sem chuva para aparar o jardim.
Sua casa ficava um pouco distante da cidade, mais próxima da reserva, seu pai comprou essa casa porque sua mãe gostava de lugares calmos com muita vegetação, ele podia se identificar, afinal a magia desse corpo estava muito ligada a natureza.
Dirigindo em um silencio confortável, ele começou a planejar, havia vários pontos a se ter em mente, mas em principio todos se voltavam para a segurança.
Um tipo de item de canalização também poderia fazer maravilhas quanto aos seus poderes fracos, claro, fracos comparados ao Marcus original, com tanta magia, seu feitiço de bola de fogo e relâmpagos estavam muito mais fortes.
Mas o corpo do bruxo é diferente de uma criatura magica, a magia se esconde na alma e o corpo é um meio, o corpo dos bruxos é um péssimo condutor magico, sem uma varinha, cajado ou algo assim, seu poder é muito menor.
Entre os mundos que passou, vários tinham formas de melhorar a compatibilidade, a ponto de o corpo ficar tão encharcado na magia que até levava a uma pseudo imortalidade, pseudo porque a magia agia para preservar o corpo, mas sem magia, o corpo voltava a envelhecer.
Assim, ele precisava de algo, algo menos chamativo, como um anel magico.
Outro ponto é o corpo, de nada adianta ter magia forte se ele não consegue acompanhar os sobrenaturais desse mundo, por sorte, isso também não era muito difícil, só levava tempo.
Na verdade ele já havia começado, em diversos mundos, a magia corporal ainda existia, usar magia para fortalecer o corpo era apenas o pré requisito, uma medida de proteção para as futuras alterações realmente benéficas, mas sem isso, ele poderia morrer antes mesmo de começar.
Ele fazia sua magia percorrer o corpo em uma frequência simples, danificando e curando, ciclo após ciclo, encharcando-o de magia, o dano era muito fraco, a ponto de ele apenas sentir um formigamento leve, isso quer dizer que poderia levar meses antes de ele atingir o limite do potencial do seu corpo, mas ele não estava com tanta pressa, esse ato também era a fase inicial de sua adaptação magica corporal.
Então enquanto isso ele precisava de um meio magico, de preferência portátil e fácil como um anel e aprimorar seu físico.
Ambos levariam algum tempo, então a próxima coisa seria o que ele contaria durante esse período.
Encantamentos em sua casa para poder dormir tranquilo a noite, além disso, algo para protege-lo durante esse tempo.
Um familiar ou golem.
O familiar poderia ser melhorado sem precisar passar por todo esse aprimoramento dele, claro, a chance de morte não era pequena, mas ei, ele tentaria seu melhor para conseguir sem ferir nenhum deles, mas quando se trata de sua segurança, ele só pode se desculpar, centenas de anos como mago já o fizeram ser implacável além da medida, se não fosse um pouco de consciência moral que ainda lhe resta...
O golem por outro lado é mais complicado, precisa de materiais mágicos e ele não sabe onde encontra-los nesse mundo, levaria muito tempo para ter materiais o suficiente e o golem poderia nem ser tão útil assim, dependia de que tipo de material ele conseguiria.
O familiar era sua melhor aposta no momento.
Quanto a que tipo? Bem, o mais forte que ele encontrar que possa ser levado por ai.
De preferência um gato ou um pássaro, o primeiro podendo se esconder e o segundo podendo ficar por perto do céu.
Cães também são bons, mas seu aspecto furtivo deixa a desejar.
Agora criar um animal com o poder de brigar com um vampiro... bem, sem animais mágicos é difícil.
Em todo o caso, ele chegou a escola rapidamente enquanto pensava, saindo do carro, ele notou alguns olhares nele antes de se desviarem, seus sentidos mágicos eram muito bons em detecção e previsão de perigo, algo muito próximo de previsão do futuro, mas magia de previsão não era simples de aprender ou usar, esse tipo de previsão é mais como um aviso de perigo, quanto mais forte, mais perto o perigo está.
Alguns bruxos poderosos podem começar a sentir um leve desconforto meses antes de um acidente.
Mas Marcus logo sentiu que um olhar persistiu, curioso, ele virou os olhos a tempo de ver uma garota de óculos virar o rosto envergonhada enquanto ele olhava para ela.
Ele pensou um pouco e logo seu nome lhe veio a mente, Angela Weber, com roupas demais para mostrar algo realmente, cabelos castanhos claros com mechas de cabelo mel, usando um gorro e um agasalho grande devido ao clima frio do inverno que se aproximava, a ponta do seu nariz estava avermelhada devido ao frio, seus traços finos e óculos lhe davam uma aparência intelectual, ela parecia diferente do filme, na verdade todos pareciam, mas ela parecia mais bonita aqui, ele se lembra que ela tem boas notas, abaixo dele, mas ainda boas.
Bem, a memória de um mago é muito boa, mesmo que seu QI possa não ser dos melhores, todos os magos possuem memórias muito boas, claro, o próprio Marcus era assim, mas agora sua mente parecia muito mais ágil do que antes, então ele provavelmente tem um QI maior agora, não que ele se importe muito.
Segundo sua memoria, Marcus sempre tinha as melhores notas, junto com sua vibe de "me deixe em paz", algumas garotas gostavam dele, claro, todas foram rejeitadas por Marcus, afinal magia era mais importante para ele.
Essa garota, Angela, nunca se confessou e Marcus nunca percebeu seus olhares, quando ele era Jim ele também não percebeu, afinal Marcus não tinha seus sentidos e mal olhava para outras pessoas se não fosse necessário.
Marcus também não gostava muito da escola, no começo de sua carreira magica, ele nem mesmo queria estudar, mas com o corte da mesada do pai e promessas de mais dinheiro se ele se saísse bem, ele teve que ceder.
Afinal materiais mágicos são caros! Mesmo os mais comuns.
Metais preciosos, pedras raras, madeiras centenárias... são todos caros e ele precisa juntar cada grama de mesada para seus experimentos.
Assim, sua atual fama como um cara inteligente e isolado foi criada com base na carreira oculta de bruxo.
Ele continuou a olhar para ela por um tempo, tanto que ele a pegou se virando para ele outra vez, apenas para ficar chocada ao notar seu olhar ainda nela e rapidamente fugindo com sua amiga que estava curiosa.
A cabeça de Marcus se inclinou levemente, mas ele não se importou muito, Angela parecia uma boa garota, ela também era do tipo dele, quanto a ela não ter seios fartos e quadris largos? Ele não se importava com isso a muito tempo.
Quantas mulheres ele já não viu? Algumas delas foram até responsáveis por sua morte, ele viu incesto, pedofilia(não que fosse considerado isso na época), estupro, poligamia e muito mais.
A muito ele queria bem mais do que apenas aparência, com magia, ele podia fazer qualquer uma se tornar uma musa de proporções perfeitas, diabos, ele poderia até transformar um sapo em um príncipe, mas agora ele queria conexão e segurança espiritual, qualquer outra coisa é irrelevante.
Um porto para atracar no meio de uma tempestade, um farol no meio das mais densas neblinas, uma chuva depois de uma seca de anos.
Angela poderia ser essa garota? Ele não sabe, ele está aberto a tentar, nos livros ela é retratada como uma garota extremamente gentil, ela foi a única que realmente nunca pensou mal de bela, uma verdadeira amiga, mas por enquanto ele tem que resolver outras coisas primeiro.
[Nota: Os personagens desse livro foram baseados nos atores e nas descrição dos livros, mas um pouco como ambos, vou criar imagens para alguns deles em um capitulo auxiliar, confira]
Sua primeira aula foi de Biologia, enquanto o professor falava ele olhava pela janela que rapidamente embaraça com a chuva que começara a pouco, ele tem que admitir que ama chuva, o som, o cheio de terra molhada, a sensação de tomar um chocolate quente em frente a uma lareira...
Desviando o olhar ele se virou para Edward, sentado com rosto calmo como se alguém lhe devesse algo, ele o pegara olhando para ele uma ou duas vezes, provavelmente confuso porque não pode o ler, mas depois de tanto tempo ele já deveria ter se acostumado.
Ele provavelmente não é um cantor para ele também, afinal o homem não parece querer beber seu sangue, o que é um alivio, mas em todo o caso, ele não se demorou no olhar para ele, afinal vampiros tem bons sentidos e com sua força atual, ele morreria em 9 a cada 10 confrontos com apenas um deles, quem dirá todos os vampiros presentes atualmente nessa escola.
Claro, antes de morrer ele ainda lançaria uma maldição cheia de ódio ao custo de sua vida, então não seria realmente uma perda, mas um empate forçado, se é que pode ser chamado assim.
-Senhor Grimm, pode me dizer qual a função principal das mitocôndrias? -O professor perguntou com uma sobrancelha levantada, talvez por perceber sua desatenção, mas para ser justo, Marcus sempre tinha esse olhar desatento.
-Produção de adenosina trifosfato, ATP para abreviar. - Ele respondeu levemente e mudou seu olhar.
Os seus olhos vermelhos quase negros fitavam a janela novamente, agora livres dos óculos escuros, Marcus tentou dizer que os olhos eram mais sensíveis devido a falta de pigmentação, mas sem um atestado medico, a escola não aprovou o uso em sala de aula, então ele só pode retirar os óculos.
Na verdade com sua proficiência magica atual, seus olhos não brilhariam mesmo ele fazendo magia, desde que não fosse do tipo que drenaria uma grande quantidade de magia de uma vez, com seus níveis de magia atuais isso era bem difícil de acontecer, então os óculos escuros não importavam tanto , mas depois de alguns anos como Marcus, mesmo sem poder se mover, ele já tinha se acostumado com eles.
O professor assentiu e parou de prestar atenção em Marcus, afinal o garoto sempre parecia alheio a aula mas sabia todo o conteúdo, então os professores fingiam não ver a maior parte do tempo, apenas fazendo perguntas ocasionais para identificar se ele realmente sabia do assunto, depois disso o professor passou a explicar o que era ATP.
Depois de mais duas aulas, a hora do almoço chegou e ele foi até o refeitório, pegou sua comida e se sentou em uma mesa do canto, alguns olhavam para ele com curiosidade, afinal Marcus original não se daria o trabalho de vir aqui, ele preferia passar esse tempo em sua mente e na magia, a fome era a menor de suas preocupações.
Mas o atual Marcus só pode se desculpar, ele não come por conta própria a muito tempo, ele aprecia cada refeição que tem, fora que sua magia estava fazendo seu corpo se desenvolver rapidamente e isso precisava de muita energia.
Depois de comprar alguns sanduiches frios de presunto, frango e o que mais eles tivessem, junto com uma garrafa de chocolate, ele começou a comer com calma, ainda pensando no que faria depois da escola.
O anel seria mais simples, os materiais de Marcus original poderiam fazer um anel mágico, mesmo que não fosse especial, seria totalmente funcional, por outro lado o familiar também precisava ser adquirido.
O familiar bruxo não era desse mundo, mas de outro mundo que se focava em invocação.
O familiar era um parceiro que tinha uma conexão magica direta, isso significa que o poder do próprio mago poderia alimentar o familiar.
Em termos simples, em momentos comuns, o familiar poderia sugar apenas uma quantia mínima de magia para se manter, mas em épocas de crise, o mago poderia alimentar o familiar com magia poderosa, tornando seus atributos extremamente fortes.
Claro que o mundo que ele encontrou isso tinha familiares como dragões que poderiam destruir países, encontrar um familiar magico aqui é bem difícil, então ele só pode pegar um animal comum, mas com seu nível de magia, talvez seja o suficiente para ficar a par de vampiros.
A melhor opção em termos de conveniência seria um rato ou uma cobra pequena, afinal a cobra poderia se enrolar nele e o rato se esconder em seu bolso.
O gato precisaria se esconder por si mesmo e o pássaro só poderia ficar do lado de fora, o cachorro não poderia nem entrar na escola.
Na verdade, ele poderia tornar os animais objetos inanimados como efígies deles mesmos, mas fazer isso também significa que ele teria que desbloquear esse feitiço para que eles se transformassem em feras e o defendessem, esse curto espaço de tempo é o suficiente para vampiros quebrarem seu lindo pescoço varias vezes.
Assim, em termos de poder, ele decidiu rapidamente.
Uma cobra era a melhor opção, fácil de esconder e quando fosse procurada, ele poderia apenas transforma-la em um bracelete e fingir que era apenas uma decoração.
Ele também só escolheria um familiar, quanto mais familiares, maior a carga magica, se ele quisesse manter magia para si e fortalecer o familiar, ele precisaria dividir entre os números, assim manter apenas um forte com ele o tempo todo é uma opção melhor.
Em um mundo de magia, isso não importaria muito, afinal os familiares mágicos teriam poder considerável sozinhos e sua própria magia, mas aqui, até encontrar melhores opções, ele só podia se contentar com animais comuns.
Para ser mais preciso, ele precisaria de 50% de sua magia apenas para fazer seu familiar atingir o poder de um animal magico de nível médio! Isso considerando sua própria magia ridiculamente alta atual.
Os animais comuns tem travas genéticas e excede-las não é fácil, é como a diferença entre fazer uma pessoa ganhar a força de 10 kg e 1 tonelada, o primeiro é fácil, mas o segundo é impossível, pelo menos não por meios naturais, ai entra a extrapolação de magia.
É uma pena que as opções são muito fracas como animais comuns, caso contrário... ele suspirou.
Logo ele começou a pensar em que cobra escolher.
Precisava ser pequena e fina para poder se esconder em seu braço... espera, porque se limitar a uma cobra existente?
Os olhos de Marcus brilharam, em uma de suas vidas, um mago se focou em biologia, mais precisamente biologia magica, ele trabalhava em um projeto de quimeras, foi também isso que o fez ser preso e condenado a morte nesse universo.
Quem diria que bruxos ficariam tão ofendidos com uma organização que captura bebês e mulheres gravidas para estudar como torna-las monstros?
Foi uma vida que Marcus praticamente sentiu mais nojo, ele odiava aquilo e foi um dos poucos que ele realmente queria ver morrer.
Ele não é um santo, mas ver um grupo de bruxos amarrando uma mulher gravida enquanto enfiavam agulhas em sua placenta foi... bem, digamos que ele ficou feliz com a sentença de morte que lhe foi atribuída.
Mesmo assim, ele aprendeu muita coisa com esse bruxo, talvez criar uma quimera fosse difícil, mas das algumas habilidades a uma cobra, não seria impossível.
Quanto mais próximo geneticamente, melhor, então ele começou a pensar no que dar a cobra.
Melhorar sua visão e olfato, seus sentidos térmicos, além de mudança de cor, cuspir veneno, respiração subaquática...
Enquanto pensava, ele logo notou um olhar fixo novamente, virando sua cabeça, ele a viu novamente, sentada com seu grupo de amigos em uma mesa não muito longe, olhando para ele até que foi pega novamente.
Ela rapidamente desviou o olhar e enterrou a cabeça nos braços, fingindo não ter sido pega.
Marcus riu levemente, ele realmente queria falar com ela, mas não agora, ele ainda tinha coisas a fazer.