A chuva caía fina, como se o céu tivesse medo de chorar demais.
Quin Han observava o vilarejo de terra batida do alto de uma colina. O vento sussurrava entre os pinheiros, e as tochas da cidade tremeluziam como se temessem apagar. A aldeia de Kareth era esquecida pelos reinos, ignorada pelos mapas e odiada por todos — principalmente por aqueles que viviam nela.
E Quin Han sabia bem o motivo: ele nunca foi desejado ali.
— Lá está ele… o maldito garoto sem alma. — sussurrou alguém, ao passar por ele no mercado.
— Dizem que nasceu na noite da estrela caída. Que traz azar… e morte.
Quin não respondia. Nunca respondia. Era melhor assim. Havia aprendido a sobreviver calado.
Mas aquela noite era diferente.
Algo dentro dele... doía. Pulsava. Chamava.
Quando voltou para a cabana abandonada onde dormia, encontrou algo estranho.
Havia uma marca queimada no chão — um símbolo dourado em espiral, pulsando com energia quente. No centro, uma pedra negra flutuava, envolta em vapor branco. E então, uma voz — mecânica, fria e poderosa — ressoou dentro de sua mente:
> [Sistema do Domador Rei Iniciado.]
Iniciando sincronização com alma: Quin Han.
Status: compatibilidade 100%.
Acesso concedido.
Quin caiu de joelhos, agarrando a cabeça enquanto imagens explodiam dentro dele: criaturas colossais lutando entre estrelas, uma besta petrificada sob uma montanha, e uma entidade coberta de luz dourada com olhos vazios, sussurrando uma palavra:
> Sinopceania.
A respiração dele ficou irregular.
> "Quem... sou eu?"
E então, veio a mensagem final:
> [Missão Primária: Domine as Dez Bestas da Criação. Impedimento: Círculo do Vazio detectado.]
[Primeira Besta detectada: "Kaldros, o Senhor do Caos", localizada a 500 km ao norte.]
[Alerta: O inimigo já está a caminho.]
Foi quando a cabana explodiu.
A parede de trás se partiu em chamas negras, e uma figura surgiu das sombras — um homem coberto por um manto escuro, olhos como brasas e um selo brilhando na testa.
— Então é você… o portador do Sistema do Domador Rei.
Finalmente... encontrei você.
Quin mal conseguia se mover.
Mas ali, entre os escombros e a fumaça, uma chama diferente acendeu em seu peito.
Ele não sabia lutar. Não sabia nada sobre aquele sistema. Mas uma certeza queimava por dentro:
> Ele não ia morrer naquela noite.
Ele ia domar esse mundo.