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Chapter 3 - Volume 3

Parte 1 – O Portão Para o Desconhecido

A estrada que levava Ryan Dawson e a prefeita Amelia Harper ao destino era longa, sinuosa e, acima de tudo, deserta. À medida que o carro se afastava da cidade, os arranha-céus em ruínas e as ruas sufocadas pelo crime davam lugar a um horizonte vazio. Hipton parecia uma lembrança distante, um mundo à parte.

Ryan observava Amelia pelo canto dos olhos. Ela estava tensa. Muito tensa. Uma tensão que nem a guerra nas ruas conseguira arrancar dela. 

— Quer me dizer para onde estamos indo? — Ryan quebrou o silêncio, sua voz carregada de desconfiança. 

Amelia manteve os olhos na estrada.

— Astra Corporation.

Um calafrio percorreu a espinha de Ryan.

O nome carregava um peso que poucos compreendiam. A Astra Corporation não era apenas uma empresa; era uma entidade. Pesquisas tecnológicas avançadas, contratos militares sigilosos e grande influência em todo o país. Hipton jamais deveria estar na órbita dessa organização.

— Desde quando Hipton aceita ajuda de megacorporações? — ele resmungou.

— Desde que foi encurralada contra a parede.

Ryan não respondeu. Apenas observou enquanto o carro passava por um portão fortificado e adentrava um complexo subterrâneo oculto no meio do nada. Segredos se escondiam ali. Segredos grandes.

E agora ele fazia parte deles. 

Parte 2 – Encontro Com o CEO

O interior do complexo era impecável, frio e clínico, como um laboratório de ficção científica. O som de passos ecoava pelos corredores brancos. Ryan olhava ao redor, sentindo-se um estranho naquele ambiente. Era um lugar sem vida. Sem alma.

Então, ele apareceu.

— Sr. Dawson.

A voz era suave, mas carregava um peso inegável. Ryan ergueu os olhos e encontrou Gabriel Moreau, CEO da Astra Corporation.

O homem era alto, elegante, vestindo um terno impecável, imune a qualquer ruga. Cada movimento seu era medido, preciso. Seu olhar era analítico, como se já soubesse tudo sobre Ryan antes mesmo de abrir a boca.

— Pode pular a formalidade? Prefiro ir direto ao ponto.

Moreau sorriu, mas seus olhos permaneceram frios.

— Claro. Então, o que você faria para salvar Hipton?

Ryan estreitou os olhos.

— Qualquer coisa.

— Ótimo. Então você veio ao lugar certo.

Parte 3 – O Projeto Fúria Vermelha

Eles o levaram até uma sala subterrânea.

As paredes de vidro reforçado revelavam um laboratório onde engenheiros e cientistas trabalhavam em algo gigantesco.

No centro da sala, havia a armadura.

O Fúria Vermelha.

Um monstro de aço e circuitos, vermelho e negro como sangue coagulado. Havia algo nela que parecia… vivo. Linhas de energia pulsavam pelo exoesqueleto, uma respiração silenciosa de poder latente.

— O que diabos é isso? — Ryan perguntou, incapaz de desviar os olhos.

Moreau colocou as mãos nos bolsos, satisfeito.

— O próximo passo na guerra contra o crime. 

Ele se aproximou do vidro, como um artista admirando sua obra-prima. 

— Fúria Vermelha não é apenas uma armadura. É um amplificador. 

Ryan lançou um olhar cético.

— Amplificador?

— A tecnologia foi desenvolvida para reagir às emoções do usuário. Mais especificamente, à raiva.

O silêncio na sala se tornou sufocante. 

Ryan sentiu um peso estranho no peito. Algo perigoso. 

— Ela se fortalece com a raiva? — ele perguntou.

Moreau sorriu.

— Sim. Quanto mais intensa a fúria, mais forte o usuário se torna. Mais rápido. Mais resistente. Mais implacável.

Ryan voltou a olhar para a armadura. Agora via algo mais ali. Algo que pulsava como um predador adormecido. 

Amelia cruzou os braços.

— Eu trouxe você aqui porque a cidade precisa de algo além da polícia, Dawson. Precisamos de uma resposta que os criminosos temam.

Ryan sentiu um nó na garganta.

— E se eu me tornar tão perigoso quanto eles?

Moreau se virou para ele.

— Essa é a pergunta certa.

Parte 4 – O Preço do Poder

Ryan encarava a armadura, a mente fervilhando. 

Ele queria vingança. Ele precisava de vingança. 

Mas parte dele sabia que, se entrasse naquele traje… não haveria volta. 

— Preciso que entenda algo, Dawson — Moreau disse, com calma cirúrgica. — O Fúria Vermelha não transforma ninguém. Ele apenas revela o que já existe dentro de você. 

Ryan fechou os olhos por um segundo. Ele se lembrou da explosão. O corpo de Ethan carbonizado. Do grito preso dentro dele desde aquele dia. 

Quando abriu os olhos de novo, já havia decidido. 

— Como eu ativo isso? 

Parte 5 – A Fúria Se Desperta

Minutos depois, Ryan estava dentro da armadura. 

 E o mundo mudou.

A dor veio primeiro. Uma onda quente e elétrica atravessando sua pele, seus ossos, seus músculos.O traje o envolvia, apertando-se contra seu corpo como se estivesse fundindo-se a ele.

Então, ele sentiu. 

A raiva. 

Os circuitos pulsaram como um coração. A energia vermelha o envolveu como uma tempestade. O visor exibiu leituras frenéticas. Frequência cardíaca disparada. Força muscular amplificada. Reflexos sobre-humanos.

O chão tremeu sob seus pés. 

Ele não estava apenas vestindo a armadura. Ele era a armadura.

— Impressionante… — Moreau murmurou, observando a energia vermelha pulsar ao redor do traje.

Ryan fechou os punhos. O metal rangeu sob a pressão.

E pela primeira vez desde a morte de Ethan… 

Ele sentiu que tinha o poder de fazer algo.

Mas algo dentro dele dizia que esse poder cobraria um preço.

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